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TCU-Crescimento do País

Webinário aborda os desafios e as perspectivas para o Brasil voltar a crescer Evento contou com a presença de representantes do Executivo, da Academia e do setor privado. Assista ao debate na íntegra

Representantes do Executivo federal, da Academia e do setor produtivo participaram do debate sobre os desafios e as perspectivas para melhorar a produtividade e a competitividade do País tendo em vista os impactos da pandemia na economia brasileira. O encontro, realizado no âmbito do Coopera, ocorreu na última terça-feira (6/10) e contou com transmissão ao vivo pelo canal do Tribunal de Contas da União (TCU) no YouTube.

Participaram do evento o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia (MEcon), Carlos da Costa, o chefe do departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Ellery, e o presidente do Conselho de Administração do Grupo Guararapes, o empresário Flávio Rocha. Pelo TCU, estiveram presentes o coordenador-geral de Controle Externo de Políticas Públicas, Junnius Marques Arifa, que abriu o encontro; e a secretária de Controle Externo do Desenvolvimento Econômico, Andreia Rocha Bello de Oliveira, mediadora das discussões. 

Na pauta, temas como redução do custo-Brasil, melhoria do ambiente de negócios, inovação, incentivo à desburocratização, qualidade dos investimentos e do sistema tributário, abertura do mercado brasileiro, benefícios fiscais, legislação e marcos regulatórios.

No início do encontro, a secretária Andreia Rocha destacou o esforço que o TCU vem empreendendo no sentido de identificar excessos burocráticos que podem prejudicar a economia brasileira, a exemplo do Acórdão 1.263/2019. O processo referente ao acórdão foi relatado pelo ministro Vital do Rêgo e consolida uma série de auditorias realizadas com o objetivo de detectar os principais entraves causados pelo excesso de burocracia governamental.

Cada participante teve 20 minutos fazer sua explanação. A participação do público se deu por meio de comentários e envio de perguntas pelo chat.

Carlos da Costa apresentou um panorama da agenda do governo em relação à melhoria do ambiente de negócios. Roberto Ellery discorreu sobre desenvolvimento, destacando que a produtividade é o motor da economia em longo prazo. O empresário Flávio Rocha, por sua vez, falou sobre as oportunidades que a pandemia trouxe para o comércio nas áreas de inovação e transformação digital. Veja abaixo os principais destaques:

Carlos da Costa - MEcon

“Fazer negócios hoje no Brasil é dramático – somos um dos piores países do mundo para fazer negócios. Nós fizemos um estudo bastante único para calcular o custo disso. Chegamos à conclusão de que, para as nossas empresas, custa R$ 1,5 trilhão a mais do que custaria para produzir a mesma coisa se elas estivessem em um país mediano da OCDE.”

“A dimensão com o maior custo é a de empregar capital humano, porque não apenas a nossa qualificação é muito baixa, mas também todos os encargos e obrigações acessórias sobre o fator trabalho são elevadíssimas.”

“Nós criamos um processo de melhoria contínua da competitividade. Um processo de priorização de ações, usando técnicas de melhoria contínua, em que dialogamos com centenas de organizações do setor privado e estimamos o impacto de cada um dos problemas e estamos atacando cada um deles.”

“Nós já estimamos que tenhamos reduzido, com essas medidas, desde o ano passado, R$ 200 bilhões do custo-Brasil, o que é bastante significativo, mais de 10% de redução de custo-Brasil em um ano.”

“Nós estamos vivendo uma revolução silenciosa no Brasil: as pequenas amarras [para a produtividade e a competitividade] estão caindo.”

Flávio Rocha – Grupo Guararapes

“Produtividade é competição. É a sabedoria suprema do livre mercado, do indivíduo. Em última análise, é dar protagonismo ao indivíduo. O meu pai usava muito a analogia de que eu gosto muito. Ele dizia que um país é como uma carruagem: tem a força de tração, que são os empreendedores, os trabalhadores, e tem a necessária carruagem, que é o Estado, para dar as direções. Aqui o Estado cresceu desmesuradamente. A carruagem se tornou maior do que a sua força de tração.”

“Estamos vivendo um momento extremamente rico no varejo. Em todo o limão, existe o lado doce. Por mais que um limão seja ácido, como é hoje a pandemia, é possível fazer uma limonada. Então, hoje, em cinco semanas, houve cinco anos de transformação e de inclusão digital. Isso é transformador.”

“Nós estamos vendo agora um segundo big bang do varejo e isso vai trazer um choque de competição e competitividade à economia, principalmente ao sistema financeiro. O jogo daqui para frente é de conexões, parcerias e sinergias dos marketplaces. O futuro é dos ecossistemas, de construir as pontes e gerar recorrência e relevância.”

Roberto Ellery – UnB

“O nosso grande problema de longo prazo é a produtividade, que é baixa e cresce pouco. E é muito difícil ir a algum lugar sem ganhos de produtividade. A grande lição do século XX é que nós não melhoramos fazendo mais com mais, mas, sim, mais com menos.”

“Em 2001, a nossa PPF, que é a produtividade total dos fatores, era 58% da americana. Em 2017, era 47%. Isso é absolutamente frustrante, porque estamos andando em marcha à ré. Para ser mais dramático, em 1971, era quase 70% da americana. Então, há uma estagnação de longuíssimo prazo.”

“Se pensarmos apenas na nossa PPF, em 2017, que é o dado mais recente, ela era mais ou menos 90% do que era em 2001. Quer dizer, há uma queda sensível de produtividade.”  

“A produtividade é o motor do crescimento econômico, ela não é só uma variável a mais. Isso é o que diz boa parte da literatura econômica. O [Paul] Krugman, que tem uma linha mais keynesiana, diz o seguinte: a produtividade não é tudo, mas, em longo prazo, é quase tudo. E é o caminho para melhorar o padrão de vida das sociedades. Há um quase consenso de que ela é a variável-chave e, no Brasil, essa variável-chave está quebrada, não está andando.”

 

Serviço

Secom

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Fonte: TCU

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